
O MSX foi um dos primeiros computadores pessoais que marcou presença no Brasil, principalmente nos anos 80, e até hoje é reverenciado por uma legião de fãs e colecionadores. O MSX não era um computador fabricado por uma única empresa, mas sim um padrão de computador criado pela Microsoft e pela ASCII Corporation do Japão, adotado por várias fabricantes, como a Gradiente, a Sharp, a Yamaha, a Philips, e outras. No Brasil, ele chegou com força, principalmente por meio da Gradiente Expert, e se destacou em um período onde os microcomputadores começavam a invadir os lares, mas ainda eram um sonho distante para muitos.
Aqui no Brasil, o MSX Gradiente Expert foi um dos modelos mais populares, lançado em 1985. Ele era voltado tanto para o público que queria aprender a programar quanto para quem gostava de jogos. A versatilidade do MSX era um dos seus grandes trunfos. Ele rodava uma grande variedade de softwares e jogos e, ainda por cima, tinha entrada para cartuchos, o que facilitava o acesso a títulos famosos. Alguns dos jogos mais memoráveis, como “Metal Gear”, “Knightmare”, e “Penguin Adventure”, rodavam no MSX, e esses cartuchos de jogos se tornaram itens cobiçados entre colecionadores. No Brasil, muitos desses cartuchos originais são considerados verdadeiras joias raras, já que a maioria foi comprada no exterior ou importada por lojas especializadas.
Mas o MSX ia muito além dos jogos. Ele foi a porta de entrada para muitos brasileiros no mundo da programação. A linguagem BASIC, que vinha integrada ao sistema, permitia que as pessoas aprendessem a criar seus próprios programas, algo revolucionário para a época. Junto com o computador, vinham manuais e livros que ensinavam desde o básico da programação até truques mais avançados, como criar jogos e programas de utilidade. Esses manuais e livros, como “O Livro do Expert” e guias de programação em BASIC, se tornaram parte da memória de quem viveu a era do MSX. Hoje, eles também são itens buscados por colecionadores, principalmente quando estão bem conservados e com as capas originais.
Os acessórios também eram uma parte importante do mundo MSX. Além dos cartuchos de jogos, era possível conectar outros periféricos ao computador. O Data Recorder, por exemplo, permitia que programas e jogos fossem gravados e carregados a partir de fitas cassete, algo bem comum na época. Tinha também as unidades de disquete, que eram mais modernas e práticas, mas raras no Brasil, especialmente no início. Esses acessórios hoje são itens de colecionador, e encontrar um MSX completo, com seus periféricos originais funcionando, é motivo de comemoração entre os entusiastas. Outro acessório muito popular era o joystick, que permitia uma jogabilidade mais confortável, especialmente nos jogos de ação e aventura.
No Brasil, o MSX também foi protagonista de uma cena de fãs bastante ativa. Durante os anos 80 e 90, várias revistas especializadas eram publicadas, com destaque para a “Revista Microsistemas”, que trazia dicas, tutoriais, novidades sobre softwares e jogos, e até códigos de programas em BASIC para os leitores digitarem e rodarem nos seus MSX. Essas revistas, hoje, são relíquias muito procuradas, tanto por colecionadores nostálgicos quanto por aqueles que ainda mantêm o hábito de programar e explorar o MSX. A “Revista MSX” também era bastante popular, focando exclusivamente na plataforma e trazendo notícias sobre lançamentos e dicas avançadas de programação.
Os fãs do MSX no Brasil ainda são muitos, mesmo com o passar dos anos. A plataforma MSX continua viva graças à dedicação de uma comunidade ativa que mantém fóruns, grupos e encontros regulares, como o famoso MSX Rio, um evento que reúne fãs e colecionadores para trocar ideias, compartilhar novidades e, claro, negociar peças e equipamentos. Nessas feiras, é comum encontrar MSXs reformados, cartuchos raros, fitas cassete de jogos, e outros itens relacionados à plataforma. Muitos desses fãs seguem criando novos programas e jogos para o MSX, utilizando a mesma linguagem BASIC ou explorando as capacidades do hardware com ferramentas modernas.
Para os colecionadores, o MSX é um verdadeiro tesouro. Há uma busca constante por modelos originais e acessórios em bom estado. Um MSX Gradiente Expert completo, com caixa, manuais, e acessórios originais, pode alcançar valores altos em sites de leilões e feiras especializadas. Além do Gradiente Expert, outros modelos lançados no Brasil, como o Sharp Hotbit e o Yamaha MSX AX-150, também são bastante valorizados, principalmente quando estão em bom estado de conservação.
Com o passar dos anos, a comunidade de fãs e colecionadores de MSX foi se consolidando e ganhando cada vez mais força. O impacto do MSX no Brasil foi tão grande que muitos dos seus entusiastas seguem utilizando o computador até hoje, seja para nostalgia ou para continuar desenvolvendo novos jogos e programas. Existem até projetos que trazem o MSX para os dias atuais, como a criação de emuladores e a produção de novos hardwares compatíveis com a tecnologia MSX.
Os colecionáveis ligados ao MSX vão muito além do próprio computador. As fitas cassete, os cartuchos de jogos, as revistas especializadas e até os catálogos de produtos da época são itens altamente cobiçados. Há colecionadores que dedicam anos à busca por itens raros, e a troca de informações e peças entre esses aficionados acontece principalmente em fóruns na internet e em eventos presenciais. Encontrar um jogo raro em sua versão original, por exemplo, pode ser motivo de grande celebração entre os colecionadores de MSX.
Assim, o legado do MSX no Brasil continua vivo, tanto pela nostalgia que ele desperta quanto pela comunidade que mantém a plataforma ativa. Para muitos, o MSX não foi apenas um computador; foi uma porta para um mundo de conhecimento, diversão e, claro, colecionismo. Hoje, ele é celebrado não só como uma peça de tecnologia dos anos 80, mas também como um símbolo de uma era em que os computadores começaram a invadir os lares e transformar a maneira como as pessoas interagiam com a tecnologia no Brasil.